"O processo de luto é um trabalho de despedida, que, à superfície, se realiza por uma desaferentação emocional da representação do perdido com investimento do substituto. É um trabalho longo e progressivo no duplo sentido do desinvestimento da perca e investimento da conquista.
Todavia, numa análise mais detalhada e profunda, o trabalho de luto é um processo de transformação do sujeito para adaptação às novas coordenadas da sua existência, aproveitamento das novas circunstâncias e reorientação dos seus projetos de vida.
Se o luto persiste, é porque esse trabalho de transformação não foi realizado."
(...)
As crises podem levar à catástrofe; mas também a novos rumos - quiçá, mais produtivos. No mesmo conjunto de estado e condições reais, a fé e a esperança podem fazer a diferença. A solidariedade humana fará o perfume em que elas se evolam."
António Coimbra de Matos. Saúde Mental. Climepsi Editores. 2004. pp. 270 e 271