segunda-feira, 30 de setembro de 2024
"O amor adulto não se busca, ele simplesmente é.
Não está à venda, não se conquista, e muito menos se força. O amor adulto floresce entre dois corações abertos e disponíveis. E, nesse espaço de entrega mútua, algo mágico acontece.
Duas pessoas que se encontram não o fazem por carência. Não estão ali para preencher vazios ou substituir alguém que se foi. Elas não vêm ocupar lugares deixados para trás.
São duas almas livres que se veem e, com profundo respeito, dizem:
“Você é completo por si, e depois comigo. Eu sou inteiro em mim, e só então contigo.”
Alejandro Jodorowsky
sábado, 28 de setembro de 2024
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
"O mais pesado dos fardos nos esmaga, verga-nos, comprime-nos contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o fardo do corpo masculino. O mais pesado dos fardos é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da realização vital mais intensa. Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais real e verdadeira ela é.
Em compensação, a ausência total de fardo leva o ser humano a se tornar mais leve do que o ar, leva-o a voar, a se distanciar da terra, do ser terrestre, a se tornar semi-real, e leva seus movimentos a ser tão livres como insignificantes.
O que escolher, então? O peso ou a leveza?”
Foi a pergunta que Parmênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em pares de contrários: a luz/a escuridão; o grosso/o fino; o quente/o frio; o ser/o não-ser. Ele considerava que um dos pólos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão em pólos positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Exceto em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?
Parmênides respondia: o leve é positivo, o pesado é negativo. Teria ou não teria razão? A questão é essa. Só uma coisa é certa. A contradição pesado/leve é a mais misteriosa e a mais ambígua de todas as contradições.”
Milan Kundera, do livro “A insustentável leveza do ser”, via: "Revista Prosa Verso e Arte"
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
"Fique sozinho. Come sozinho, leva-te a encontros, dorme sozinho. No meio disto você vai aprender sobre você mesmo. Vais crescer, vais descobrir o que te inspira, vais curar os teus próprios sonhos, as tuas próprias crenças, a tua própria clareza deslumbrante, e quando encontrares a pessoa que faz as tuas células dançarem, vais ter a certeza disso, porque tens a certeza de ti mesmo." Bianca Sparacino
terça-feira, 24 de setembro de 2024
"Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
(...)
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre
amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você."
Chico Buarque
"Mar dos Olhos
Quando me tocas
Com essas mãos
Molhadas
De sabor a mar
Sensíveis, salgadas
Eu me espanto!
Na doçura do teu olhar
Reflectido nas pupilas
Adivinho o quanto
Tu choraste
Ansiaste
Para me abraçar
O que sofres, é sempre passado.
Quando nos meus braços te abandonas
solicitas-me desejo. Único momento,
quando em ti me afogo, não sou, não somos
desejo ou saudade, apenas espírito leviano
que nos corpos aportou.
Nada me dizes,
consumada a transcendência,
Do que te invade no dia e na noite,
Quando não estou.
Mas teus olhos não abandonam
a vidraça da janela, que é fria e quebrável.
Junto dela, esperas que a noite se rasgue no ventre do dia.
Que o verbo regresse e esconda em ti a apatia
O verso descrito nos límpidos lençóis
Inócua promessa de que um dia
Todos, seremos apenas dois
Na fogueira da noite fria
Nada existe depois.
Depois… bem, depois
Somos madrugadas…
Quando me tocas
Com tuas mãos
Molhadas
Das lágrimas de mar
Ternas, salgadas
Eu, ainda me espanto!"
Luís Monteiro da Cunha
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
domingo, 22 de setembro de 2024
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
"ANTES DE AMAR...
Namora-me,
olha que o vento deixou de soprar
e que os nossos olhos
se apearam fora da estação.
Namora-me
como fazem as urzes
e as estevas,
como faz o lírio,
a oitava musical,
ou o azul
quando rouba o verde ao mar.
Há um lago,
uma noite,
uma mão esquecida da minha,
um poema,
um soluço,
um rio que aperta a foz.
Namora-me,
traz uma porção reticulada de chão,
um destino cravado de pontos cardeais,
um jardim de palavras incandescentes.
Namora-me no preâmbulo do teu amor.
Namora-me antes que me ames."
Francisco Valverde Arsénio ✨
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te directamente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira, a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és, tão perto que a tua mão no meu peito é minha, tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono." Pablo Neruda
"(...) Somente uma coisa me faria bem agora. Seria adormecer com a cabeça no seu colo, você me dizendo bobagenzinhas gostosas pra eu esquecer a ruindade do mundo. Vou dormir pensando nisso." Clarice Lispector. Carta de Maury Gurgel Valente [5/1/42], no livro “Correspondências”. (Ed. Rocco; 1.ª edição [2002]).
“Amamos as pessoas do jeito que elas não percebem. Amamos em gestos pequenos, em silêncios compartilhados, em olhares que ninguém mais vê. Amamos até mesmo quando estamos longe, e, às vezes, amamos mais quando não podemos tocar. O verdadeiro amor não é o que grita ao mundo, mas o que sussurra ao coração, mesmo quando o mundo não escuta.” Emily Brontë, O Morro dos Ventos Uivantes
terça-feira, 17 de setembro de 2024
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
domingo, 15 de setembro de 2024
Isedora Duncan (São Francisco, Califórnia, 26 de maio de 1877 ou 27 de maio de 1878 – Nice, 14 de setembro de 1927) foi uma dançarina e inovadora da dança livre americana.
Ela desenvolveu um sistema de dança e plástico, que estava associado à dança grega antiga.
Em 1922-1924, ela era a esposa de Sergei Yesenin.
A cratera Duncan em Vênus foi nomeada em sua honra.
sábado, 14 de setembro de 2024
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
"Acho que a missão da mulher é assombrar, espantar. Se a mulher não espanta... De resto, não é só a mulher, todos os seres humanos têm que deslumbrar os seus semelhantes para serem um acontecimento. Temos que ser um acontecimento uns para os outros. Então a pessoa tem que fazer o possível para deslumbrar o seu semelhante, para que a vida seja um motivo de deslumbramento. Se chama a isso sedução, cumpri aquilo que me era forçoso fazer."
NATÁLIA CORREIA (Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993), poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, cronista, tradutora, editora, conferencista e deputada, em entrevista de 1983.
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
"Você me tem nas suas mãos
E lês-me o mesmo que um livro.
Você sabe o que eu ignoro
e você me diz as coisas que eu não digo a mim mesma.
Aprendo mais em você do que em mim mesmo.
Você é como um milagre de todas as horas.
como uma dor sem lugar.
Se não fosses mulher, fosses meu amigo.
Às vezes quero falar contigo sobre mulheres.
que do seu lado eu persigo.
Você é como o perdão
E eu sou como seu filho.
Que bons olhos você tem quando está comigo?
Quão distante você se torna e quão ausente
quando a solidão te sacrifico!
Doce como seu nome, como um figo,
Esperas por mim no teu amor até eu chegar.
Você é como minha casa.
Você é como a minha morte, meu amor."
Jaime Sabines (Tuxtla Gutierrez, Chiapas, 25 de março de 1926 - Cidade do México; 19 de março de 1999), foi um poeta e político mexicano, reconhecido como um dos grandes poetas mexicanos do século XX.
terça-feira, 10 de setembro de 2024
"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei para sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir."
Chico Buarque in "Eu te Amo
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
sábado, 7 de setembro de 2024
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
"O NARRADOR
Mas vem o amor, a sua comitiva de estrelas e a asa inalcançável do desejo,
Sempre ultrapassando os limites de toda separação, de todos os abraços,
e o corpo torna-se altura, precipício, vertigens, delírio,
disposto a transgredir e ser atalho para lugares onde nunca esteve,
ele, o protagonista de uma fábula única,
aquele que experimenta pela primeira vez o coração, os olhos e as mãos,
e é a resposta exata e o espelho onde alguém recupera o paraíso."
Olga Orozco
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
terça-feira, 3 de setembro de 2024
"Há um tipo de tristeza que vem de saber demais, de ver o mundo como ele realmente é. É a tristeza de entender que a vida não é uma grande aventura, mas uma série de pequenos momentos insignificantes, que o amor não é um conto de fadas, mas uma emoção frágil e passageira, que a felicidade não é um estado permanente, mas um vislumbre raro e fugaz de algo que nunca poderemos segurar em cima. E nesse entendimento, há uma profunda solidão, um sentimento de ser separado do mundo, das outras pessoas, de si mesmo. "
Virgínia Woolf
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
"Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de Setembro,
quando a luz é perfeita e mais doirada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo."
(...)
Eugénio de Andrade
(Pintura de Álvaro Cunhal)
domingo, 1 de setembro de 2024
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"Por favor, não esperes que eu seja sempre boa, gentil e carinhosa. Há momentos em que serei fria e insensível e difícil de entender...